quarta-feira, 22 de junho de 2011

Assassino!

Muito me preocupo quando a sociedade, muitas vezes incitada por alguns repórteres e pela polícia, condenam de forma voraz pessoas suspeitas de terem praticado determinado delito.
Em alguns casos, pessoas se aglomeram em frente à delegacias e fóruns munidos de cartazes e outros aparatos, buscando uma oportunidade de, se possível, agredir o acusado, no afã de fazer justiça.
Nos meios de comunicação (jornais, rádios, telejornais, internet, etc.) são divulgadas várias versões do crime, com simulações da forma como os “criminosos” agiram, muitas vezes de forma friamente calculada, fazendo aflorar em nossos corações o desejo por justiça. Delegados super comprometidos com a função descrevem detalhes da ação dos acusados, levando-nos a ter “certeza” da autoria do crime, quando na verdade a função da polícia é apenas investigar o crime, colher provas e apurar os indícios de autoria, vou repetir: indícios (indicação, sinal, princípio de prova).
No entanto, é bom lembrar a existência do Princípio Constitucional da Presunção de Inocência, que diz: "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória" (art. 5º, LVII da CF).
É bom lembrar também que eu ou você poderemos, em alguma situação, estar no local e hora errados, onde aconteça um crime do qual sejamos o principal suspeito de autoria. Nessa hora, vamos precisar, mas do que ninguém, do amparo do citado princípio, ao invés de uma multidão gritando: ASSASSINO! ASSASSINO! ASSASSINO!
Veja que, com esse pensamento, não estou querendo inocentar o Alexandre Nardoni e a Ana Jatobá, muito menos o Misael ou tantos outros. Por outro lado, não tenho nenhum direito, ou respaldo, para condená-los, pois não estava lá para ver o que aconteceu, não tive acesso às provas, ou indícios de prova, do crime, não sou advinho, não sei de nada de forma direta, mas apenas indiretamente, mediante aquilo que a imprensa me falou ou mostrou...
Somente o Poder Judiciário é que poderá proferir decisão condenando, ou inocentando, algum acusado, mediante os fatos e provas que lhe forem apresentados. Falando nisso, você chegou a ver os autos dos inquéritos e processos judiciais referentes aos casos da menina Isabella e da Advogada Mércia? Chegou ver os laudos periciais, os resultados das diligências, os depoimentos, os documentos, etc, etc, etc? E, se viu, chegou a uma conclusão fundamentada? Pode compartilhar conosco essa conclusão?...
Particularmente, eu me abstenho de fazer comentários sobre esses casos, seja para condenar ou absolver. Que a justiça se encarregue disso e, se ela falhar, que Deus, o Juiz infalível, possa decidir o que fazer.
Para finalizar, vale lembar o que foi dito em Mt. 7:1-2.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Nós e os bancos

Já reparou naqueles comerciais de instituições financeiras onde elas se mostram como sendo as entidades mais bonzinhas do mundo, que têm o prazer de proporcionar a realização dos nossos mais variados sonhos, tais como casa própria, automóvel, faculdade, negócio próprio, viagens, etc, etc.? Os danados se apresentam como sendo a ponte para a concretização da nossa felicidade. Nesses comerciais, fazem questão de retratar famílias perfeitas, realizadas, saltitantes de alegria!
Da forma como colocam, parece que tudo se realiza de uma forma extremamente fácil, extremamente simples...
Inclusive, tem um comercial que está em cartaz que é uma belezinha, um espetáculo! De uma forma mágica, um terreno se transforma em uma casa, um carro aparece em uma garagem, livros universitários e equipamento de engenharia aparecem do nada nas mãos e ombros de um rapazinho que parece ser um office-boy.
Isso chega a me dar náuseas, pois, para mim, os bancos são o tipo de negócio que mais prejudicam, exploram e desrespeitam o povo, uma vez que, lastreados em uma legalidade que, a meu ver, é totalmente ilegítima e imoral, cobram pelos seus serviços (“a realização dos nossos sonhos”) taxas e juros astronômicos, que redundam em lucros bilionários anualmente divulgados nos meios de comunicação.
E, dessa forma, aquele que era o patrocinador de sonhos, passa a ser o responsável pelos piores pesadelos, pois o que vemos são pessoas perdendo casas, carros, móveis, cachorro, gato, tudo, por causa de uma dívida que, de R$ 1.000,00 passou para R$ 1.000.000,00.
É um absurdo existir o amparo da lei para taxas de juros de 15,00% a.m, no caso de cartões de créditos, e 10,00%, no caso de cheque especial. Isto dá um montante simples de 180% e 120% a.a., respectivamente. Isso sem falar das inúmeras taxas, comissões, etc.
Vai me dizer que isso não é usura???!!! Vai me dizer que isso não é agiotagem???!!!!
Então, senhores banqueiros, parem de fazer esses comerciais repugnantes! Não suporto tanta hipocrisia!
Um certo Juiz de Direito, em determinada audiência que compareci, expressou um pensamento que achei interessante, que era mais ou menos assim: “No mundo só existem duas coisas: nós e os bancos, e, infelizmente, eles sempre levam a melhor”. 
Trágico!
E, para meditar, vale conferir: Sl 15: 1,5; Ez 18: 1-5,8-13.